Saturday, April 29, 2006

Hong Kong aqui vou eu!

Hoje, sábado 30 de abril de 2006 voarei para Hong Kong a bordo do avião da Dragon Air. No domingo farei um encontro histórico com meu pai e meus dois irmãos que "por acaso" deram um pulo na China. Depois eu e a Raquel daremos um pulo em Macau para ver como os chineses de lá pronunciam o nome das ruas em português. Vejo vocês de volta em 5 de maio.

Friday, April 28, 2006

Música tema do blog

Música do filme "Meu amigo Totoro" foi eleita como a música tema do blog por um voto (o meu).

Significado do nome das empresas japonesas

O que significam as marcas japonesas que vemos todos os dias? TDK, Toshiba, Mitsubishi, Mazda. Existe algum significado obscuro por trás desses nomes?

Toshiba
Toshiba é uma abreviação das primeiras sílabas de Tokyo Shibaura (東京芝浦). Shibaura é o nome de um bairro de Tokyo, em homenagem ao lugar onde se instalou uma das primeiras plantas da fábrica. No Japão os produtos Toshiba também vem estampados com os kanjis 東芝 (lê-se Toshiba). Fundado em 1875.

Mitsubishi
Mitsubishi (三菱) vem de 三 (mitsu) e 菱 (hishi) ou três diamantes. Não é nome de família ou lugar. É uma das grandes corporações japonesas e se originou na época dos samurais, no início dos anos 1870. Seu fundador foi Iwasaki Yataro, um burocrata do governo. A atividade inicial da Mitsubishi era fabricação de navios. Lucrou com as guerras no final do século 19. Hoje fabrica desde carros, turbinas de hidroelétrica a lápis. O primeiro nome da empresa era Mitsukawa (três rios) pois três dos principais donos tinham o mesmo nome kawa (rio) em seus sobrenomes.

TDK
TDK é uma sigla. Vem de Tokyo Denki Kagaku Kougyou (東京電気化学工業), cujo significado é Indústria Eletroquímica de Tokyo. Fundada em 1935.

Fujitsu
É abreviação de Fuji Tsushinki Seizou (富士通信機製造) ou Manufatura de equipamentos de comunicação Fuji. A empresa começou em 1935 fabricando equipamentos de telefonia sob o nome de Fuji Denki Seizou (富士電機製造) ou Manufatura de equipamentos elétricos Fuji. O nome Fujitsu foi adotado a partir de 1967.

Hitachi
日立 (Hitachi) é o nome da cidade natal da empresa. A cidade se chama Hitachi-shi na prefeitura de Ibaraki-ken. Iniciou suas atividades em 1910 fazendo motores elétricos.

Nissan
A fabricante de carros Nissan Jidosha (日産自動車) ou Automóveis Nissan. Nissan é abreviação de Nihon Sangyo (日本産業) ou "Indústria Japão" ou "Indústria Japonesa."

Mazda
Esse nome não segue a tradicional grafia para ocidentalização de nomes japoneses. Embora em português se pronuncie Ma-z-da, em japonês se diz Ma-tsu-da. O nome oficial da empresa em japonês é マツダ (matsuda), sem uso de kanji. O nome da empresa vem de um dos fundadores, 松田重次郎 (Matsuda Juujirou). O nome matsuda é muito comum no Japão e significa campo de pinheiros. Iniciou atividades em 1920.

Kawasaki
A fabricante de motos para a dupla do seriado Chips. Pronuncia-se kawassaki e não kawazaki. O nome oficial da empresa é Kawasaki Juukougyou (川崎重工業) ou Kawasaki Heavy Industries. Apesar de existir uma cidade chamada Kawasaki perto de Tokyo, seu nome vem do fundador 川崎正蔵 (Kawasaki Shouzou). A empresa é originária de Kobe e foi fundada em 1878.

Sanyo
Sanyo (三洋) é três oceanos. O nome da empresa é Sanyo Denki (三洋電機) ou Sanyo Equipamentos Eletrônicos. Apesar dos brasileiros pronunciarem sa-nio, em japonês se diz san'io, sem unir o "n" com o "y".

Sega
A companhia de jogos japonesa na verdade nasceu norte-americana em 1940 como Standard Games. Ela fazia joguinhos em máquinas que funcionam com moedas para divertir soldados em bases militares. Em 1951, a companhia se mudou para o Japão tornando-se a Service Games of Japan ou SEGA.

Continua com Honda, Toyota, Canon, Nikon.

Tuesday, April 25, 2006

Smoking Area

Fumar é a regra em Tokyo.

Para os não-fumantes é realmente duro encontrar algum bar ou restaurante onde não se sinta o cheiro "da" fumaça. Há certos cafés, como o Doutor Café, que chegam a reservar quase todo o lugar para fumantes, deixando um pequeno "corner" para os não-fumantes.

Mas isto está mudando. Em certos lugares como Shibuya e Akihabara é proibido fumar na rua. Quem quiser fumar, tem de ir a um fumódromo. Em Shibuya, pode-se fumar na rua mas só na área reservada, num pedacinho da calçada. Fora dali os guardas tradicionais e os à paisana tratam de fazer a lei ser respeitada.

Sunday, April 23, 2006

Você vai apresentar de yukata?

Neste sábado fui ao "gasshuku" do laboratório. A tradução de dicionário é "treinamento de campo," mas em bom português é um retiro. O gasshuku do nosso lab é feito todo início de ano num hotel estilo japonês. Fica num lugar muito bonito e tranqüilo nas montanhas, em Kosuge-mura, na Prefeitura de Yamanashi, a 2 horas de carro de Tokyo.



O que acontece no gasshuku
O nosso gasshuku tem uma pernoite e dura 1 dia e meio. Os que já estão no grupo vão para apresentar trabalho e os alunos novos que acabaram de entrar no lab vão só para se integrar à equipe. Eu tive de apresentar minha proposta de trabalho e idéias para este ano que vai vir. Na universidade, praticamente o ano começou agora, pois no Japão o ano acadêmico começou ao redor de 10 de abril.

As apresentações
As apresentações acontecem no auditório de tatami. Como sobre o tatami não se usa cadeira, os alunos sentam no chão. Antes da apresentação, depois de ter entrado no ofuro do hotel, os alunos novos do laboratório perguntaram pra mim: "Pode assistir à apresentação de yukata?" Yukata é um pijama japonês e como todo pijama é um traje mais que informal. Como mente superior domina mente inferior, foi vestido de yukata que apresentei meu trabalho.

Função do gasshuku
Indo a esses gasshukus dá pra entender bem como funciona o trabalho de grupo dos japoneses. Antes de saber quais são as qualidades acadêmicas dos novos alunos, conseguimos sentir um pouco a personalidade, quem fala mais, quem é mais ativo, quem tem humor. Também para quem já está no grupo, dá pra saber quem está adiantado ou atrasado no trabalho, e as dificuldades. O gasshuku revela as "cores" dos alunos e a "cor" do novo grupo que está se formando.

O que fazemos além das apresentações?
Desta vez fizemos uma caminhada pelo rio ao lado do hotel e andamos por uma trilha nas montanhas. Ao retornar, fomos fazer soba. Soba é um macarrão japonês, mas fomos fazer o macarrão a partir da farinha. Não é comum fazer isso no Japão assim como no Brasil quase ninguém prepara o espaguete a partir da farinha de trigo. A gente prepara a massa, amassa bastante e depois corta com faca.

Depois vieram as apresentações e depois o jantar, cujo prato principal foi o soba que preparamos. No fim do dia, fizemos o nomikai. Nomikai é uma festinha para beber. Antes, achava que o nomikai era só coisa de empresa e trabalhadores. Mas acontece também no mundo universitário. Hoje me acostumei, mas a minha primeira impressão do nomikai foi a de uma introdução ao mundo dos adultos por meio da bebida supervisionado pelo professor da universidade. Loucura. Até hoje não ouvi em nomikai alguém falar: "Vai com calma. Você pode passar mal." Aqui, não fazemos nomikai para bebericar. No nomikai é para atingir os limites do homem.

A festa acabou cedo (meia-noite) mas às 7 horas do dia seguinte já estava de pé e novamente fui ao ofuro. Na parte da manhã, fomos jogar vôlei e, neste ano, joguei um esporte novo: o kick-base, que é um baseball sem tacos jogado com os pés. Valeu, pois finalmente entendi as regras do baseball jogando futebol. Antes de retornarmos para casa, fomos a um onsen fantástico, com onsen ao ar livre. Como é início de primavera já dá pra ficar do lado de fora nu esperando o corpo esfriar bem devagar.


Fui lá para apresentar trabalho mas, no final, o que começou com dois grupos de pessoas estranhas, estavam todos integrados para iniciar o ano no laboratório.

Thursday, April 20, 2006

Mãe Dinah japonesa

Num desses dias, vi a mãe Dinah quando passeava na livraria Kinokuniya em Tokyo.

Muitos devem se lembrar da mãe Dinah, a vidente que aparecia constantemente no programa do Gugu.

Entre suas façanhas, ela previu o destrastre com o grupo musical Mamonas Assassinas, claro, depois que o desastre aconteceu.

Apesar de não estar morando no Brasil, fiquei sabendo que os guris do programa Pânico visitaram a mãe Dinah. Levaram uma porção de fotos de pessoas para ela fazer previsão. Bom, e ela fez as previsões pra toda essa gente. Acontece que era foto de gente falecida.

Como não é só brasileiro que acredita em vidente, mãe Dinah também tem ambições globalizadoras. Ela está lançando seu primeiro livro no Japão. Vejam a foto.

Leia meus outros posts sobre sósias japoneses.
Sósias japoneses
Galvão Bueno japonês


Saturday, April 01, 2006

Tokyo 5 e meia

Olá, minna-san.
É sobre a música que toca no meu bairro.
Trocaram a música no dia primeiro de abril. Como esperado, toca sempre às 5 e meia da tarde. É a mesma música do ano passado, retrasado e reprassado. Provavelmente, vai tocar por mais mil anos. O que são mil anos pros japoneses? São como se fossem segundos para os brasileiros. Até breve.