Friday, May 19, 2006

Barraco na China

Hong Kong Chronicles

Hong Kong dia 3

Hong Kong Chronicles são quatro histórias curtas dos três dias que passamos em HK.

Foi muito emocionante o encontro com meu pai e meus irmãos. Eles estavam viajando havia 15 dias pela China e combinamos de nos encontrar em HK. Visitamos juntos vários lugares, pegamos trem, barco, barquinho, até ônibus errado pegamos, e quase no fim da viagem nos metemos numa enrascada com os chibayas num restaurante. Chamaram até a polícia para prender a gente.

Meu bro mais velho gosta de peixe e tem fascinação por vila de pescadores. Não foi por acaso que ele tinha lido algo sobre uma vila de pescadores em HK. A tal vila era tão escondida e remota que demorou para chegar lá. Ao chegar, vimos várias barracas sujas atachadas a restaurantes bonitos. Nas barracas tinha um monte de aquários onde os peixes ficavam nadando. O sistema funcionava assim: a gente escolhia os peixes vivinhos na barraca e levava para serem preparados no restaurante ao lado.

Fomos parar numa lojinha que tinha uma dona muito "simpática". Meu pai comprou vários peixes estranhos e fomos para o restaurante atachado. Só que não dava para saber se o restaurante era da dona da peixaria ou se era uma parceria, do tipo "você vende o peixe e eu preparo". A moça calculou o valor dos peixes e meu pai achou que esse era o valor total que seria cobrado no final, depois de termos comido no restaurante. Dava uns 600 dólares de Hong Kong (90 dólares americanos). Comemos maravilhosamente pratos exotiquíssimos.

No entanto, quando veio a conta, meu pai soltou umas palavras em chinês cuja tradução não posso publicar. O valor era o dobro do esperado! Na nota não havia nenhuma discriminação, apenas o valor total. Meu pai se sentiu enganado e foi tirar satisfações com a dona da peixaria. Aí foi uma babel pois ele berrava em mandarim e a dona da peixaria se defendia em cantonês (em HK se fala cantonês). A tensão aumentou mais para mim quando vi um dos meus irmãos falando que o dono do restaurante estava discando pra polícia. Tudo isso a duas horas de eles irem para o aeroporto. E como falei, a gente estava looooonge.

Enquanto os dois discutiam, uma pequena platéia se formava na porta do restaurante. E a gente esperando a polícia para ver se ganhávamos um descontinho, principalmente porque faltou dinheiro de HK. A polícia não vinha, o desconto também não e a tensão aumentava. Como alguém tinha um avião para o Brasil para pegar, acabamos completando com dólar americano. E nessa confusão de moedas, caminhei até o caixa para acertar a conta e, sem intenção, paguei a minha parte a menos e, pasmem, ainda ganhei troco.

Fotos: Na barraca da chinesa trapaceadora com um Limulus polyphemus. Num post futuro conto mais minha história com este bichinho.

5 Comments:

At 10:00 AM, Anonymous Anonymous said...

Barraco, hein carequinha!! Bom ter notícias suas, eu não tinha visitado ainda o seu blog, mas agora lerei suas aventuras!

 
At 1:57 PM, Blogger Juju said...

Toshibs, o maior aventureiro que eu conheço, comentou no meu blog.
É a benção!

 
At 11:07 AM, Blogger Karina Almeida said...

tô imaginando o barraco na china! e, please, coloca aí o que o seu pai falou (sem a tradução, claro). a gente não vai entender mesmo...

 
At 5:39 PM, Anonymous Anonymous said...

Outro dia a Raquel disse q nunca acontece nada nas viagens dela, q eh sempre tudo normal!! Acho q o negocio eh chamar o Emerson pra contar as historias das suas viagens, neh?? rsrsrs...
Fala mais do bichinho sim!! Pq ele eh tao importante?? Chama kabuto em japones, nao eh?? Outro dia assisti um programa q soh falava nele (pela foto parece q eh...). Mas nao entendi mta coisa, soh decorei o nome, de tanto escutar kabuto pra cah e kabuto pra lah...

 
At 7:19 PM, Blogger Juju said...

Vou usar a tecnica da Karina de responder comments:

To Karina: meu pai falou *%#?$ em kanji. E foram kanjis com mais de 20 traços cada.

To Shigeko: antes de vir pro Japão eu estudei sangue de kabutos e sabia que esses bichinhos podiam ser encontrados em algumas praias dos Estados Unidos e do Japao. Incrível, mas ainda não consegui ver os bichos no Japao.

 

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